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14 de out. de 2013

Livro: Easy

Acho que serei massacrada de escrever isso, mas a verdade é que não curti Easy. Talvez por terem falado tão bem do livro que fui com as expectativa lá em cima e... não fui correspondida.
Na real, nem ia fazer resenha, mas pelo que percebi por ai, sou a diferente que não gostou então resolvi levantar a discussão.

Aviso que terá muitos spoilers a partir daqui, então se você ainda não leu, pretende algum dia e não gosta de spoiler, PARE de ler agora, e volte depois.

O livro é um "New Adult", ou seja, a protagonista está com 20 e poucos anos, no 2º ano de faculdade, já fez sexo... enfim, as discussões vão além do drama adolescente de ele não me ama, vou morrer se não ficar com ele... Mas será mesmo?
Jacqueline, a protagonista, é uma mulher muito burra que não sabe quem é se não tiver namorando alguém. É o tipo de pessoa que quando você pergunta: Quem você é?, a resposta será sempre: "Eu sou a namorada do Kenedy/Lucas/Landon." Ela é dessas que não sabe ser solteira, e por medo de ficar sozinha vai atrás do macho para onde ele for.
A primeira vez que ela faz isso, seguindo o namorado de Ensino Médio para faculdade, ainda é possível entender. Afinal, com 18 anos, hora de entrar no vestibular, ainda somos jovens, não temos certeza de nada, então porque não escolher ir com o namorado, para uma universidade perto de casa? Uma escolha que eu nunca faria, mas eu entendo quem faça. É muito mais fácil seguir os outros que pensar por si próprio.
Mas ai o namorado de ensino médio, também conhecido aqui como Kenedy, termina com ela. Ela fica arrasada, chora, perde aula, quase reprova... até ai tudo bem. O que eu não me conformei com a burrice dela é no final ela ter sugerido abrir mão do sonho dela de ser música para continuar seguindo o Lucas. Não bastasse ter feito a m* da primeira vez, faria de novo se o novo namorado não fosse sensível o suficiente para não deixar e "obrigá-la" a seguir os sonhos dela.
Além disso, ao longo da história, ela é quase estuprada 2 (sim DUAS) vezes pelo mesmo cara e em nenhum momento pensa em fazer aula de defesa pessoal. É necessário que a "melhor amiga dela" a carregue para as aulas que são dadas GRATUITAS no campus da universidade. Sério cara? Você é quase estuprada e não faz nada? Eu juro que entendo não contar, não denunciar, mas esse fato não mudar NADA na sua vida é complicado. Pelo menos deprimida e amedrontada ela tinha que ter ficado.
A melhor amiga dela é a famosa "Queen B", está acostumada a mandar e todo mundo obedecer. E claro que Jacqueline faz exatamente tudo o que ela manda. "Agora você vai conversar com ele só para dar seu nome, depois nem olha na cara dele. É a operação Bad Boy". E a Jacquie faz. Porque afinal, me repito aqui, quando os outros pensam por você é bem mais fácil.
Agora vamos falar do Lucas. Para começar ele é um Stalker, cujo objeto de ficção é ela. Mas ninguém se importa porque ele é gato. Mas sério, eu já tava ficando assustada. A mulher tropeçava ele tava lá. Na aula de economia, trabalhando no Starbucks que ela ia tomar café, é ajudante do instrutor da aula de defesa pessoal, até faz tudo em república das fraternidades o cara faz. Porque ele coincidentemente vai consertar o ar condicionado da casa que terá a festa que ela vai estar presente, recusa a gorjeta e ganha um ingresso. PURA COINCIDÊNCIA. Aham, claro. Se ele realmente fazia tudo o que se propõe a fazer nesse livro ele não iria se formar nunca. Ainda mais em engenharia. Mas tudo bem. Até os desenhos que ele fazia dela enquanto ela ainda namorava OUTRO, (provando minha teoria de Stalker, e ela sendo o objeto de obsessão dele) eu sou capaz de relevar. O que não me conformou foi o trauma de infância dele. Sério, se ele fosse esquisito, feio, tivesse olho torto, ele seria um psicopata e seria jogado na cadeia. Ninguém passa pelo que ele passou aos 8 anos e SEM TERAPIA NEM NENHUM TIPO DE TRATAMENTO, COM O PAI DOIDO FICANDO MAIS TEMPO PESCANDO QUE COM ELE, se recupera numa boa. E ainda trata sexo como "Só faço sexo casual, nunca amei ninguém". Ele ainda não descobriu o "prazer" de matar, mas é só uma questão de tempo. Ele já quase matou um no livro.
Outra coisa que gostaria de reclamar desse livro: Todas as mulheres sofreram abuso sexual? Sério? E só mulher sofre abuso, claro. Tudo bem que as estatísticas são altas, coisa de 1 em cada 8 mulheres sofrem com isso (dado real). Mas em Easy, é 1 em cada 2. É a protagonista, a mãe, a amiga, a garota da fraternidade... Se o mundo for assim mesmo, F.U.D.E.U.
Outra coisa que não entendi desse livro é: Porque eles são um casal?
Entendo a parte da Jacqueline, tava deprê, não sabe ficar sozinha, apareceu o gatinho... Ela ia começar a namorar e se apaixonar por praticamente qualquer pessoa que chegasse perto o bastante e fosse capaz de sustentá-la (percebam que ela só "se apaixona" por ele depois que sabe que ele faz engenharia e tem um futuro brilhante pela frente). Mas porque ela é objeto de obsessão dele eu não entendi. Me pareceu uma pessoa bastante sem graça, além de burra e dependente.

Bom, como eu falei, acho que sou a única pessoa do mundo que não gostou desse livro. Ele tem muitos furos.
Mas mesmo com todos os meus problemas com o livro, li em menos de um dia. Tudo bem que eu parava no meio para xingar ela ou para ficar espantada me perguntando "como o Lucas surgiu ai?"

Obs. Para quem tiver curiosidade sobre o modelo da capa, clique aqui.

Um comentário:

  1. Oi querida,
    Ainda não li nenhum New Adult, e esse é o único que tenho na estante.
    Já estou adiando a leitura dele há um tempinho, acho que agora vou adiar mais um pouco, sem problemas, rsrs
    Beijos
    Cooltural

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