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23 de jun. de 2013

Livro: A Casa das Orquídeas

Uma amiga minha quase me obrigou a ler esse livro. Pela capa, nome e sinopse, não havia me interessado, mas ela queria alguém para discuti-lo e não havia mais ninguém... Fiz um grande favor a ela, e passei na frente dos milhões de livros que tenho/devo ler...
Mas já de cara aviso que será impossível fazer uma resenha desse livro sem contar muito spoiler. Então se você ainda não leu o livro, não continue a resenha. Feche seu navegador, desligue seu computador, pegue o livro e leia. Depois volte aqui para discutir, porque tenho certeza que você precisará de uma 2ª opinião para digeri-lo, como eu precisei e minha amiga antes de mim.
É muito interessante, e inclusive dei para a minha avó ler, ou seja, é apaixonante se você tem 20 ou 90 anos. Quando ela acabou de ler, queria repassá-lo para a minha tia ler. Ela infelizmente não tem o tempo de ler aqui no Brasil, mas dá para perceber que esse livro pode agradar qualquer geração.
Então vamos a resenha, sim?

O livro tem dois paralelos, um atual cuja protagonista é uma pianista clássica famosa que sofreu um trauma grande recente e ainda não superou, e outra é na época da II Guerra Mundial, mostrando a vida de um lorde Inglês, com suas responsabilidades e dúvidas.
Falo logo que o tal Lorde é um babaca. Harry é o pior tipo de cara que existe, e não foi amor o que ele sentiu na Indonésia, e sim luxúria. Não gosto dele, mas confesso que amei odiá-lo.
Olívia é uma vítima das consequências. Sim, ela foi fraca e preferiu ficar amargurada pelo resto da vida a se divorciar e perder seu título de Lady. Ela que comandava a casa, tinha o respeito dos funcionários e largar o marido naquela época era algo bem mais complicado que hoje em dia, mas ainda assim, ela não tinha que ficar lá se não quisesse.
Lígia foi... Lígia. Ela é perfeita por si só. Eu me apaixonei por ela. E a reaparição dela no final, apesar de um recurso de narrativa meio fraco, foi emocionante. O tipo, sou rica agora e posso comprar esta merda dessa casa para a minha neta, cujo avô, dono da casa, nunca assumiu a existência. Ela será Lady, afinal eu abri mãe da minha filha por um motivo! Ela é fofa, e vingativa com seu jeitinho simplório de ser, ou seja, completamente deliciosa. Só não entendi porque que quando ela ficou rica e viúva não foi atrás da filha/amor perdido...
O livro é extremamente delicioso de ler, e apesar de ter 500 páginas, li em um fim de semana. Simplesmente não conseguia parar. A autora escreve de tal forma que você vai descobrindo junto com o personagem o que está acontecendo.
Mas tiveram duas coisas que me irritaram muito:
A volta do Xavier ao mundo dos vivos, que serviu apenas para justificar o romance entre Kit e Júlia como verdadeiro e não apenas algo para curar a dor de ter perdido a família. Por mais egoísta que você seja, é difícil imaginar como a pessoa passou 1 ano viajando, em um cruzeiro ou sei lá o que. Ele não teve que gastar dinheiro? Júlia não perceberia esse rombo no orçamento?
A outra coisa foi o fato da Alícia, irmã mais velha de Júlia, ter sido adotada também. Serviu apenas para criar outro paralelo entre o passado e o presente que era completamente desnecessário para a fluidez narrativa. E mesmo ela sendo adotada, ela não teria os mesmos direitos da irmã? Não entendo muito bem essas leis britânicas...

Como já disse, é um livro que vale para qualquer idade. Não se deixe assustar pelo número de páginas.

16 de jun. de 2013

Livro: Starters

Tive vontade de ler esse livro desde que li a sinopse por um fato muito simples. Ele me lembra uma série chamada Dollhouse que assisti há algum tempo, antes do Blog (logo, nunca fiz resenha), mas que curtia muito.
Li algumas resenhas reclamando que demoram para entender a ideia, de como uma identidade pode 'entrar' no corpo de outra pessoa, como alugar um corpo e etc. Enfim, eu não tive esse problema. Imaginei como na série. E talvez esse tenha sido um problema. Porque apesar do livro partir dessa mesma ideia, esse aluguel temporário de um novo corpo, a história é bastante diferente, com objetivos distintos.
Enquanto no livro os corpos são de adolescentes sem familiares para protegerem, na série eles eram adultos que sofreram um trauma e não queriam passar pelo processo de luto, então aceitavam dormir por 5 anos. No livro, a criança assina por 3 aluguéis, na série, como já disse, é por um tempo.
Até o mecanismo de transferência de consciência é bastante diferente. Enquanto na série essa consciência pode ser criado no computador, sendo possível criar uma especialista em assaltar um banco, ou mesmo colocar a memória de uma ex-namorada/esposa que já morreu para viver mais um dia de amor, de lembrança, no livro a pessoa que transfere a consciência fica com o corpo como que meditando em uma sala no laboratório, sendo frágil e suscetível a uma série de problemas - como acontecem no livro.

Mas agora falando apenas do livro e com alguns spoilers, o mesmo veio nessa onda de distopia que está acontecendo no mercado editorial, e como tal, é em um futuro distante, onde houve uma "guerra de esporos" que matou toda a geração do meio, ou seja, dizimou os adultos. Agora na sociedade só existem crianças ou idosos. É o extremo do que aconteceria se realmente apenas privilegiássemos os extremos da sociedade na hora de vacinar e/ou proteger contra qualquer ataque. E a população idosa chega a viver 200 anos, pois a medicina evoluiu ou sei lá. Faz parte da premissa do livro. E claro que se você viveu 150 anos, algum dinheiro você tem, ou você é muito burro. Então, as crianças que tinham avós vivem uma vida de ricos, e as crianças sem, ficaram órfãos e sofrem com o abandono, com o detalhe que não podem trabalhar legalmente, pois os idosos precisam trabalhar, logo é proibido trabalhar antes dos 19 anos. Isso gera uma sociedade bem complicada.... Ainda mais que não existe a classe média. Nem entre idosos e muito menos entre as crianças. É muito estranho, para não dizer impossível, pensar uma sociedade assim. Mas ei, é uma distopia e como tal, não perguntamos como chegamos ali, perguntamos o que fazer depois dali.

O livro levanta uma série de perguntas: Se você pudesse ocupar o corpo de alguém, de uma criança, viver como ela por um determinado tempo, você aceitaria? Pagaria para largar seu corpo em um canto e usar o de uma supermodelo? Mesmo sabendo que ela está ainda ali, em algum lugar no canto...
É uma situação complicada e não duvido que haja pesquisas desse gênero acontecendo. Até porque, no caso de Dollhouse, você pode usar a tecnologia para inserir um conhecimento da sua mente, sem precisar nunca estudar por isso. No caso de Starters, o corpo do adolescente que está alugando, mantém a memória das atividade físicas praticadas antes, permitindo que o inquilino utilize essa habilidade para o seu bel prazer.

A série e o livro são coisas bastante diferentes, e apesar de eu gostar mais da série, não achei o livro ruim. Ele é apenas mais um livro distópico, enquanto a série eu nunca vi nada igual. Quero a continuação do livro para saber se irá se desenvolver em algum debate mais interessante que esse primeiro, afinal, ele é apenas uma introdução, e a ideia de alugar seu corpo (não se prostituir) tem que ser explicada com calma para que o leitor possa pensar em todas as implicações éticas e morais que essa tecnologia geraria.

E sim, a Editora Novo Conceito acreditou muito nesse livro, pois ele tem desenho atrás da capa, na época do lançamento tinha um "joguinho" na página da editora e ainda foi dublado esse book trailer que me lembrou um pouco da série:


11 de jun. de 2013

Fotos: Centro do RJ

Fui no centro do RJ resolver um problema tecnológico, que não era nada demais, e estacionei no terminal Menezes Cortes. Sempre quis tirar foto lá de cima, mas nunca tive coragem/tempo/equipamento para isso. Ontem, quando resolvi que iria, carreguei a bateria câmera e levei. Ainda perdi o cartão do estacionamento, mas eles foram super simpáticos e nem cobraram a mais por isso. Então consegui tirar minhas fotos.





5 de jun. de 2013

Série: Orphan Black

Essa série chegou com cara de quem não quer nada, produzida pela BBC America, quase sem chamar atenção... e de repente todo mundo no mundo de séries da internet está falando e elogiando. E sim, sou uma delas.
Orphan Black é muito legal, perfeita, viciante, surpreendente. Levanta milhares de questões éticas médicas e biológicas, muda o rumo a cada episódio e apesar de ser Sci-Fi, faz sentido! Até agora não houve nenhum grande furo.
A atriz Tatiana Maslany, que interpreta milhares de papéis, está perfeita. A cada personagem ela cria um nova identidade, e somos completamente capazes de distingui-las, não apenas pela roupa e corte/cor de cabelo, mas pelo sotaque, pelo jeito... por tudo. Ela está tão perfeita que cheguei a pensar que seriam gêmeas, cada uma interpretando 2 ou 3 clones... Até porque as cenas que elas estão juntas é perfeita. No último episódio teve uma cena com 3 clones em um mesmo ambiente, em uma mesma tomada, e tá muito bem feito. Não deu para perceber o dublê nem nada do gênero...
Outro personagem que já ganhou meu coração é o Felix, irmão adotivo da famigerada Sarah Manning... Ele é lindo, e perfeito e tudo de bom... Ele dá graça aos episódios, leva tudo na piada e ao mesmo tempo está lá para ajudar. Ele se contradiz e a completa. O que falar além de que já ganhou meu coração?
Falando da série em si, ela trata de clonagem humana, obviamente. Sarah, a protagonista, é uma perdida no sistema de adoção, usuária de drogas, metida com os piores caras do universo e surpresa surpresa, tem uma filha, que ela provavelmente teve na adolescência. Ela deixou a filha aos cuidados da mesma mulher que criou ela e fugiu. Na volta para casa se depara com Beth, uma mulher perturbada que se joga na frente do trem. Sarah percebe o quanto é parecida e resolve que a vida de Beth é melhor que a dela, e resolve ocupar o lugar dela.
E ai começa a confusão... Aos poucos ela vai descobrindo outras mulheres iguais a ela, espalhadas pelo mundo. Alemã, Russa, Ucraniana, Australiana... a lista é longa...
E a partir dai começa o suspense na série... Todas são clones, mas quem foi o responsável pelo experimento? Se elas agora tem uns 20 e poucos anos, como era a tecnologia naquela época? Por que fizeram isso? Por que tantas clones? Quem é a original? Onde ela está?
A lista de perguntas é grande, e a série vai nos respondendo aos poucos, ao longo de seus 10 brilhantes episódios. A única que tem um filho é a Sarah, e até agora não sabemos bem porque. Alguém sabe me dizer o que os médicos virão no ultrassom da Kira depois do acidente? Essa menina tem alguma coisa, ela é muito especial...
Enfim, é uma série que vale muito a pena ver. Se você ainda não viu, aproveite que já tem a primeira temporada inteira disponível e faça uma maratona. Será impossível largar!